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Eu defendo a UFF contra o fascismo e os cortes na educação! Análise de conjuntura do mov. estudantil

No último dia 07 de Setembro ficou clara a tentativa de Bolsonaro e seus aliados de instaurar uma nova ditadura no Brasil. Mas apesar de infrutífera, suas intenções não cessaram. O setor apenas recuou. Assim, para enfrentar a escalada golpista e fascista, é preciso construir um movimento estudantil combativo e consequente.


Fotografia feita na vertical, em preto e branco e filtro granulado. Ela pode ser dividida em três elementos bem demarcados, que preenchem mais ou menos um terço da imagem cada. O primeiro, acima, é composto por prédios altos, cercados pela copa de um punhado de árvores. O segundo, ao centro, é uma multidão de manifestantes que ocupam possivelmente uma avenida. Estão distantes o suficiente para que não se possa identificar seus rostos, mas é notável que há uma grande quantidade de bandeiras de movimentos sociais. O terceiro e último elemento é uma enorme bandeira preta, esticada sobre o chão, como se em substituição aos manifestantes do elemento anterior. Parece que no momento da captura, estava sendo balançada e, por isso, quase não se pode distinguir seus dizeres destacados por uma letra branca garrafal: é uma bandeira do partido Unidade Popular Pelo Socialismo.
O povo não quer saber de eleição, precisamos é de emprego e comida na mesa já! Foto: Yasmin Alves (@yasalvesf)

Nesta data que marca a independência do Brasil, foi humilhante ver as ruas sendo tomadas pela extrema direita, com discursos evidentemente fascistas. Vimos Bolsonaro discursar para seus apoiadores, com ameaças ao STF e seus ministros, afirmando que não cumpriria com decisões judiciais. Vimos, mais uma vez, falsas alegações serem feitas quanto às urnas eleitorais e às eleições, e que apenas Deus poderia tirá-lo da Presidência. Mas apesar disso, pode-se dizer que três foram os motivos que levaram o ex-capitão a sair humilhado, necessitando da ajuda de seu golpista antecessor, Michel Temer: o limitado apoio popular nas ruas, a falta de apoio internacional e a resistência feita pela oposição. Não nos enganemos, porém, pois com o fascismo não se pode nunca baixar a guarda.


Infelizmente, há aqueles que defendem o alinhamento com a direita dita “democrática”, a mesma responsável pelo golpe de 2016 e que contribuiu para a disseminação de notícias falsas nas redes sociais. Esse é o caso do grupo majoritário que dirige a União Nacional dos Estudantes (UNE). Para eles, a fim de frear o golpismo de Bolsonaro, deve-se tirar a radicalidade das reivindicações feitas pelas mobilizações e atos, apostando na construção de uma frente ampla. O que não se diz é que, na verdade, seu objetivo é pavimentar o caminho para as eleições de 2022. O que se finge não ver é que o fascismo só pode ser derrotado com organização popular. O povo não quer saber de eleição, precisamos é de emprego e comida na mesa já!


Não à toa, o mesmo grupo majoritário na UNE é que dirige o Diretório Central dos Estudantes da UFF, o DCE Fernando Santa Cruz, que durante todo esse tempo esteve quase que completamente ausente das mobilizações e reivindicações dos estudantes. Enquanto DCEs país afora buscavam organizar a luta estudantil contra os cortes e o governo, na UFF somente foi feita uma única assembleia, no final de maio. A UFF é uma universidade que está presente em nove cidades do Rio de Janeiro, é a mais interiorizada do estado. E, nesse período, sequer foram puxadas reuniões locais para construir as lutas nas cidades: quantas mobilizações nas cidades do interior poderiam ter sido construídas? Essa omissão e quase abandono da entidade pela atual gestão do DCE é vergonhosa e desonra a memória de Fernando Santa Cruz, ex-aluno da UFF que deu sua vida para lutar contra a ditadura militar.


Fotografia preto e branca, com filtro granulado. Desfocado, em primeiro plano, há a silhueta de uma figura humana, virada de costas. Ela ergue seu celular com a mão direita, parece que estava querendo fotografar algo, mas na tela do celular, apesar de emitir um brilho visível, quase não se pode reconhecer muita coisa. Ao fundo da imagem, este sim em foco, a cena se desenvolve. Um grupo de estudantes ocupa uma escadaria longa. Todos estão virados de frente, uns distraídos, olham para os lados, outros levantam seus punhos e parecem gritar por baixo de suas máscaras. Uma figura chama atenção: é um rapaz que segura um megafone e parece gritar a plenos pulmões. Sua figura foi perfeitamente bem posicionada no centro da imagem, emoldurado pela quase circunferência formada pelos braços da silhueta desfocada. Ele veste uma camiseta na qual podemos ler: “Em defesa da universidade pú-bli-ca”
Estudantes contra o fascismo e pelo Fora Bolsonaro. Foto: Yasmin Alves (@yasalvesf)

É preciso que o movimento estudantil da UFF retome o seu papel de vanguarda nas lutas dos estudantes e do nosso povo. Nós do Movimento Correnteza temos buscado construir as lutas dos estudantes na UFF e nas demais universidades na perspectiva de construir um movimento estudantil combativo e consequente. Se organize com o Correnteza e venha lutar contra o fascismo e em defesa da universidade pública, gratuita, de qualidade e popular!


 

Bayron Thadeus — constrói o Centro Acadêmico Ivan Mota Dias, do curso de História da UFF Niterói, e é militante do Movimento Correnteza.


Fernando Amaral — estudante de Cinema e Audiovisual e militante do Movimento Correnteza.


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