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Estudantes da UFPE conquistam a permanência das bolsas de assistência

Atualizado: 3 de dez. de 2021



Grupo de estudantes em frente à Reitoria da UFPE em protesto contra um previsto corte nas bolsas de assistência estudantil.
1º Ato em frente à Reitoria da UFPE no dia 27 de maio onde estavam presentes o DCE, a UEP, DA’s, o Movimento Correnteza, a UJR e o Movimento Casa do Estudante. Foto: Movimento Correnteza

No primeiro semestre deste ano, pouco tempo depois de completarmos 1 ano da maior crise sanitária do século, do repasse trilionário aos bancos feito pelo Governo Federal e de genocídio promovido pelas políticas fascistas de Jair Bolsonaro e cia, este mesmo governo fazia um ataque direcionado aos estudantes e à educação pública. O orçamento da educação de 2021 sofreu um corte de R$ 2,7 bilhões se comparado ao orçamento do ano passado.


Nesse contexto, a reitoria da Universidade Federal de Pernambuco se reuniu em meados de abril com as representações estudantis da universidade (DAs e DCE), para anunciar as dificuldades que sofreria com os cortes, trazendo como foco principal o Orçamento de Assistência Estudantil que teve uma redução de mais de R$ 7 milhões em comparação com o ano passado, fazendo assim com que o edital de assistência estudantil de 2021 fosse suspenso. A Reitoria demonstrou preocupações e discursos semelhantes ao da UFRJ, de que também a UFPE teria dificuldades de se manter aberta até o final do ano. No mês seguinte, em meados de maio, nas vésperas do primeiro dos muitos atos do Povo na Rua pelo Fora Bolsonaro, foi marcada mais uma reunião com as representações estudantis, dessa vez pela Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis - PROAES (entidade responsável pela assistência estudantil da UFPE), anunciando um possível corte de 25,8% nas bolsas de assistência estudantil que seria aplicado no mês de julho, representando um corte de mais de R$ 100,00 na bolsa para os estudantes mais vulneráveis da comunidade, que originalmente é uma bolsa de R$ 400,00.


As manifestações contra os cortes e essas dificuldades foram em todo o país, mas o Diretório Central dos Estudantes junto com organizações do Movimento Estudantil (DAs, Movimento Correnteza, UJR, Movimento Casa do Estudante, UEP, etc.) considerou o possível corte uma atitude, apesar do contexto de corte bilionário na educação, intragável e que, a permanência do pagamento integral das bolsas era uma pauta inegociável. Assim, foram organizados durante o fim de maio até meados de junho atos em frente à reitoria que, intercalados com os atos nacionais do 29M e 19J, o DCE junto com as demais organizações lutou contra o corte na educação e o possível corte nas bolsas. Os atos foram fundamentais para que a Reitoria e a PROAES voltassem atrás e planejassem financeiramente a viabilidade do mantimento das bolsas que, a princípio seriam mantidas até o mês de outubro, que seria o novo prazo para o corte.


O DCE não deixou de ir às ruas nos atos nacionais dos meses de julho e agosto, planejando novos atos na reitoria para setembro a fim de retornar a luta pela permanência do pagamento integral das bolsas até o fim do ano. Contudo, devido à combatividade do Diretório Central e dos movimentos estudantis que participaram dos atos acima citados, a PROAES divulgou no dia 25 de agosto a manutenção das bolsas de assistência estudantil até o final de dezembro e a reabertura do edital de assistência nos próximos meses.


O exemplo da luta do Movimento Estudantil na UFPE nos mostra que, nesse sistema de opressão e exploração, é só lutando que conquistamos o que é nosso por direito. A luta dos estudantes e dos trabalhadores do Brasil pelo fim do sistema capitalista e pela construção do socialismo é essencial para que o ensino público e de qualidade seja uma realidade para todos os brasileiros e brasileiras.

As palavras convencem, o exemplo arrasta! Lutar e estudar, estudar e lutar!


João Maranhão - Membro do DCE/UFPE e militante do Correnteza Pernambuco

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