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Educar para incluir, incluir para mudar!


Foto de militante do Correnteza segurando um megafone e fazendo uma fala numa manifestação.Ela é uma mulher branca e jovem com olhos e sobrancelhas castanhos, cabelo castanho na altura dos ombros e franjinha; ela está usando uma camiseta azul clara com a logo do Correnteza, uma onda que se torna um punho fechado, uma jaqueta de couro preto por cima, brincos azuis de coração e uma máscara PFF2 branca.Ao fundo vemos várias pessoas segurando cartazes e bandeiras na manifestação, todas de máscara; algumas estão usando camisetas vermelhas da UJR. Eles estão na frente de um prédio cinza, no que parece ser uma praça. Atrás da militante em destaque, vemos um poste preto com a foto de um homem colado.

Quando falamos do projeto de educação que queremos elaborar para a construção de uma sociedade mais justa, é comum que algumas palavras de ordem nos venham com mais facilidade. A educação libertadora de Paulo Freire, como um modo de garantir que o aprender seja um processo ativo de transformação do mundo, é sempre recorrente em nossos discursos. A educação pública e de qualidade, direito garantido pela Constituição, mas desrespeitado pelo Estado, também é uma que se faz sempre presente em nossas falas. E, embora todas essas sejam reivindicações válidas e necessárias, é importante que lembremos de puxar palavras de ordem menos faladas e lutar por aquilo que é abordado com menor frequência, como é o caso de uma educação acessível.


Quando pensamos na educação como um processo de apreensão, formação e transformação do mundo, o qual é direito de todos, torna-se fácil entender o porquê de precisarmos pautar com mais seriedade uma educação inclusiva: fazer com que todo e qualquer jovem tenha a possibilidade de passar por esse processo dialético de alterar e ser alterado pelo mundo nada mais é do que garantir um direito inalienável do ser humano. Ademais, as pessoas com deficiência (PcDs), por estarem dentro de um sistema cujos pilares são a exploração e a opressão, são diariamente privadas de direitos básicos, como trabalho e mobilidade; se garantir educação a todos já nos é uma pauta essencial, lutar por educação para as parcelas da sociedade que são desrespeitadas a ponto de não serem tidas como dignas de serem educadas é urgente.


Discutir acessibilidade e inclusão reais na educação, pois, é discutir sobre as pautas que nós, como movimento estudantil, podemos - e devemos - levantar. Como representantes da luta dos estudantes, nós não apenas criticamos o modelo educacional, mas também nos propomos a mudá-lo: visto que todos os dias e em todo o país o Correnteza organiza atos, brigadas, plenárias e diferentes eventos para discutir o que podemos transformar em nossas universidades para que cheguemos mais perto de uma educação pública, libertadora e de qualidade, o tema da inclusão entra com facilidade na gama de pautas que defendemos. Acessibilidade de acesso físico às instituições, aprendizado e disseminação da LIBRAS, fortalecimento dos núcleos de acessibilidade dos IFES e uma melhor preparação docente são apenas algumas das bandeiras que podemos levantar para somar a essa luta que já é travada há tanto tempo.


Como estudantes revolucionários, esse é o primeiro passo para que possamos discutir a verdadeira emancipação das pessoas com deficiência. Hoje, é o direito à educação. Amanhã, é a libertação das amarras capacitistas do sistema!


Gustavo Mendes - Militante do Movimento Correnteza e Secretário-Geral do DCE da UFG


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